terça-feira, 7 de abril de 2009

Mal - vestidos

Indo para o Rio, comecei a ler a revista de bordo da empresa aérea que me transportava, lí algo escrito por um jornalista conhecido por todos nós, Alexandre Garcia. Eis na íntegra o que me chamou a atenção:

"Tenho observado que cada vez mais nós, homens, andamos mal-vestidos e mal-postos. Vai ser difícil, desse jeito, alguma dama nos chamar de cavalheiros. Olho fotos de 50 anos atrás, do centro do Rio de Janeiro, do centro de São Paulo, e lá estão os homens bem-compostos, bem-vestidos ainda. Fotos de meu pai, eu ainda menino, e ele está de chapéu, como os amigos com quem caminha pelas calçadas do centro da pequena Cachoeira do Sul, terno e gravata, lenço de seda no bolso do paletó. Todos impecáveis.

Sábado fui almoçar num restaurante em Brasília, a mil quilômetros da praia mais próxima. Eu estava bem informal (descolado): calça jeans, tênis preto com meia cinza de algodão e camisa de manga curta. Era quase exceção . Os homens - não os jovens - homens de meia-idade e até idosos, de chinelo, bermudas coloridas ou calçãozinho curto, mostrando as coxas, e esquisitas t-shirts. Pior: alguns estavam de camiseta regata, a mostrar os pelos das axilas para os convivas das mesas vizinhas. E, à mesa, não tiravam da cabeça aquele bonezinho de beisebol, com a aba virada para a nuca, como se estivessem saindo de um baile funk.

Certamente eu me vestiria como eles (à exceção do boné virado) se estivesse em casa. É assim que ando em casa. Logo que chego do trabalho, me desfaço da gravata, do lencinho, do paletó, dos sapatos, das calças, e visto um calção folgado, uma camiseta leve e calço meu chinelo favorito. Mas se vier visita, óbvio que vou homenagear o visitante bem calçado e vestido para receber. Meus amigos saberão o tamanho da consideração que tenho por eles pelo modo com que me apresento. O modo com que nos vestimos mostra o respeito que sentimos pelos outros (grifo meu). Por isso mesmo os jovens, ainda na idade da contestação, tendem a agredir com a roupa rasgada, os piercings, as tatuagens - nada que a idade não deixe para trás."


Então me lembro quando frequentava os cultos numa certa igreja, lá estava o grupo responsável pelo louvor: bermudão, boné com a aba virada para a nuca, brincos ou piercings e alguns umbigos de fora. Tocavam suas guitarras e espancavam a bateria como se estivessem num festival de "rock". Não se importavam com os mais idosos e, desconheciam a palavra reverência.
Louvavam conforme suas conveniências e preferências. Foram alguns meses frequentando tal igreja... Domingos em que saia triste e cabisbaixo.
Onde o louvor que agrada tão somente ao Soberano Criador? Onde o respeito a Soberania de Deus, da forma em que se trajam e se portam?
Não culpo os jovens que assim se comportam dentro do templo, culpo com veemência, pais, pastores e líderes que não sabem e não usam da autoridade outorgada, à luz da palavra de Deus, para orientar seus filhos, ovelhas e liderados, a forma de se portarem na presença do Altíssimo Deus!
Como se sentiria o Sr. Alexandre Garcia, se assistisse a um "culto" em determinadas igrejas?